domingo, 30 de outubro de 2011
O que respondi...: A Bíblia proíbe a mulher de cortar o cabelo?
O que respondi...: A Bíblia proíbe a mulher de cortar o cabelo?: Em sua carta você pergunta sobre corte de cabelo da mulher, modo de vestir, etc. Embora a Palavra seja clara quando diz que o cabelo é a gló...
É possível congregar com desprendimento denominaci...
Você falou em congregar com "desprendimento denominacional" e eu acrescentaria que não existe uma desprendimento denominacional na prática se não houver uma separação do sistema denominacional para se estar reunido SOMENTE ao nome do Senhor Jesus Cristo, o Nome tão digno ao Pai que é, infelizmente, muitas vezes, considerado por nós de somenos importância.
Quantas vezes estamos prontos a alterar nosso rumo um pouquinho a fim de não sofrermos por causa deste Nome tão maravilhoso. E então caímos, como a grande maioria de nossos irmãos espalhados pelas divisões, na tentação de nos identificarmos por mais algum nome, esquecendo do valor que Seu bendito Nome tem para Deus, esquecendo‑nos que "Jesus Cristo" é, segundo o propósito de Deus, Aquele "do qual toda a família nos céus e na terra toma o Nome" (Ef 3.15). Mas por que tanta importância deve ser dada ao Seu nome? Porque Deus faz assim e porque disto depende o testemunho da unidade da Igreja sobre a terra, testemunho este apresentado aos homens (João 17.23) e aos anjos (Ef 10.3).
Infelizmente vemos o Nome de Cristo sendo considerado algo secundário e os cristãos passam a dar mais valor à união dos crentes do que à unidade do um só corpo, comprometendo assim o testemunho desta unidade e passando por cima da verdade. Existe uma diferença entre união, no sentido em que estou mostrando aqui, e unidade. Unidade é aquilo que já temos. Deus fez a igreja UM SÓ CORPO (Ef 4.4), e isto independente de nós. Foi Ele quem a fez assim. Cabe agora a nós darmos testemunho desta unidade que é tão preciosa aos olhos de Deus. Ninguém pode destruir a UNIDADE do Corpo de Cristo, mas os homens conseguiram arruinar o TESTEMUNHO desta unidade, ou seja, aquilo que é visível aos homens e aos anjos e que coube aos homens preservar ("Rogo‑vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo sentido e em um mesmo parecer... Está Cristo dividido?" 1 Co 1.10,13).
Quanto à UNIÃO dos crentes, ela deve existir (Fp 2.2 diz, na versão atualizada, para sermos unidos de alma), mas nunca deve comprometer a verdade. Os homens dizem: "Não importa que doutrina você professe ou que denominação tenha; o importante é estarmos unidos." Isto é uma mentira. Deus nunca coloca o Seu selo em algo que não é segundo a verdade. As doze tribos de Israel foram divididas, tendo dez tribos seguido a Jeroboão, que fez altares para que o povo adorasse fora de Jerusalém, e duas tribos ficado com Roboão, adorando em Jerusalém. Deus permitiu tal divisão pois ela expressava o coração do povo, mas, embora Deus considerasse como Seu povo as doze tribos, reconhecia apenas Judá e Benjamim como estando no lugar que Ele havia escolhido para por o Seu Nome (Dt 12; 2 Cr 10.1‑19). Embora as dez tribos estivessem no lugar errado, adorando de maneira errada, Deus não permitiu que Judá e Benjamim lutassem contra seus irmãos das dez tribos, mesmo que tal luta fosse para reuní‑los novamente em um só Israel (2 Cr 11.1‑4). Mesmo no lugar errado, continuavam a ser o povo de Deus.
Mas vemos um alerta em 2 Crônicas 11.13‑16 que mostra, por um lado, a bênção de se estar onde Deus colocou o Seu Nome (no caso era Jerusalém ‑ o "UM LUGAR" de Dt 12) e o declínio, por outro lado, entre aqueles que se conectaram com o erro. Jeroboão lançou fora os verdadeiros sacerdotes do Senhor, pois não queria que eles ministrassem entre o povo, e elegeu para si mesmo sacerdotes, do mais baixo do povo, que não eram da tribo de Levi (1 Rs 12.31). Assim é o homem: escolhe para si aquilo que lhe agrada, passando por cima do que Deus determinou. Isso acabou em grassa idolatria como sabemos muito bem. Por outro lado, "aqueles de todas as tribos de Israel, OS QUE DERAM O SEU CORAÇÃO A BUSCAREM AO SENHOR DEUS DE ISRAEL, vieram a Jerusalém para oferecerem sacrifícios ao Senhor Deus de seus pais".
Mesmo em meio à ruína, sempre haverá aqueles que desejarão fazer as coisas conforme a vontade do Senhor, negando a sua própria vontade. Não duvido que tenha sido difícil para muitos terem tomado tal decisão. Se pensarmos que a grande maioria do povo não adorava no lugar estabelecido por Deus (dez tribos contra apenas duas), o mais fácil para qualquer israelita era adorar mais próximo de casa. Mas existiram aqueles, e Deus os recompensará por sua fidelidade, que saíam de suas casas, talvez escondidos dos guardas de Jeroboão, e iam até Jerusalém para adorar a Deus no lugar e da maneira que Ele havia instituido. Quão preciosa cena devia ser, aos olhos de Deus, um israelita fiel enfrentar os perigos e cansaços da viagem para fazer a Sua vontade! Com certeza isto ficou registrado no coração de Deus.
Mais adiante encontramos um rei temente a Deus, Josafá, reinando sobre Judá e Benjamim (2 Cr 17). Seu reino foi forte pois Deus o abençoou grandemente. Ele não apenas estava no lugar de testemunho estabelecido por Deus, mas procurava andar segundo a Sua Palavra (17.4‑9). Mas ele errou ao se aparentar com Acabe, rei de Israel (as dez tribos), indo se encontrar com ele em Samaria. Isto é procurar união fora dos princípios de Deus e fora do lugar que Ele estabeleceu. Evidentemente Josafá foi bem recebido e nós também somos bem recebidos quando nos afastamos daquilo que Deus nos ordena.
Mas isto somente no começo. Há sempre uma cilada escondida por trás dos presentes e das lisonjas que possamos ganhar e você verá que Acabe preparou uma armadilha para que Josafá fosse morto em seu lugar durante a batalha (2 Cr 18). Uma outra característica daquele que deixou o lugar que Deus havia estabelecido, associando‑se com aqueles que, embora seus irmãos, não estavam num lugar de obediência, foi sua incapacidade de julgar e discernir a vontade de Deus. Como se diz na linguagem popular, Josafá passou a "engolir" tudo sem nenhum julgamento. Tanto é que quando escuta um verdadeiro profeta declarar a verdade, se faz de surdo e segue adiante como se nada tivesse acontecido. Ele nem mesmo intercedeu pelo profeta quando este foi trancafiado, e preferiu seguir adiante dando ouvidos àqueles que diziam "coisas aprazíveis" (Is 30.10), tendo que colher frutos amargos de sua desobediência.
Enquanto em Roboão vemos que Deus não permitiu que LUTASSE contra aqueles que estavam fora do lugar, em Josafá vemos que Deus não queria que se UNISSE com aqueles que estavam fora do lugar. Eram irmãos, povo de Deus, e portanto não deviam ser combatidos. Mas estavam fora do lugar estabelecido por Deus e da forma que Este havia dado para adorarem. Portanto não deveriam ir a eles. Em um tempo de maior desvio da verdade, encontramos o profeta Jeremias sentando‑se, e sentindo‑se, solitário (Jeremias 15.17) por causa da impiedade que se espalhava por toda a parte. E qual foi a admoestação que Deus lhe deu? "Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e estarás diante da minha face; e se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; TORNEM‑SE ELES PARA TI, MAS NÃO VOLTES TU PARA ELES". (Jr 15.19).
Mas o que tem tudo isso que aconteceu a Israel a ver conosco que somos cristãos? "Porque TUDO que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança" (Rm 15.4). São lições claras para nós e seremos néscios se não as atendermos. Na história de Israel as dez tribos foram logo dispersas, a ponto de nunca mais poderem ser consideradas um testemunho do povo de Deus: "Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito: nunca se apartaram deles. Até que o Senhor tirou a Israel (as dez tribos) de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas: assim foi Israel (as dez tribos) transportado da sua terra à Assíria até ao dia de hoje. E o rei da Assíria trouxe gente de Babel, e de Cuta... e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel" (2 Rs 17.22‑24).
As dez tribos foram dispersas e se misturaram com as nações e hoje homem algum poderá identificar um israelita dessas tribos. Eles serão somente recongregados quando o Senhor vier para reinar no milênio. No lugar deles, na terra de Samaria, foram colocados gentios que aprenderam os costumes de Israel e tornaram‑se nos samaritanos que encontramos no Novo Testamento. Restou apenas Judá e Benjamim, que embora tenham sido levados cativos mais tarde, foram, por Deus, trazidos de volta a Jerusalém (um pequeno remanescente) em Esdras/Neemias, para que houvesse sempre um testemunho naquele lugar. E não devemos nos esquecer de que mesmo no exílio os judeus oravam voltados para Jerusalém pois consideravam o lugar que Deus havia estabelecido (Dn 6.10).
Assim, embora Deus nunca tenha deixado de considerar as dez tribos como Seu povo (e as trará de volta no final), Ele colocou o seu selo sobre Judá/Benjamim para que fossem Seu testemunho na terra até a formação da Igreja, e também depois que a Igreja for arrebatada. Seriam os de Judá/Benjamim melhores israelitas do que os outros? Não! Eles eram iguais. Mas guardaram a Palavra do Senhor e não negaram o Seu Nome que estava sobre Jerusalém, o único lugar que tinha o selo de Deus para que os israelitas fossem ali adorar.
Há lições para nós? Muitas! Hoje Deus tem um povo: todos os seus filhos nascidos de novo; lavados pelo precioso sangue do Cordeiro e destinados ao céu. Mas, assim como Israel falhou em guardar a unidade, este povo de Deus, que é a Igreja, falhou igualmente. Deus não tem mais um lugar no sentido terreno, como era Jerusalém, mas continua tendo um lugar: "ONDE estiverem dois ou três reunidos em meu nome, AÍ, estou EU no meio deles" (Mt 18.20). Somente este lugar, onde Cristo é reconhecido, Sua Palavra TODA é aceita e o Seu Nome é o ÚNICO em evidência, é o lugar que Deus coloca o Seu selo como sendo o Seu testemunho sobre a terra. Embora nem todos os israelitas adorassem em Jerusalém, TODOS eram ali representados como testemunho. Embora nem todos os cristãos do mundo se reúnam ao nome do Senhor somente, todos estão ali representados no único pão. E é dado, assim, testemunho da unidade, e Deus é glorificado nisso.
Mas o que devemos fazer com respeito aos nossos amados irmãos que se encontram fora do bendito lugar de reunião estabelecido por Deus? O que fazer com aqueles que não consideram o Nome de Cristo como suficiente para identificá‑los, adotando diferentes denominações? O que fazer com aqueles que, embora nossos irmãos amados, não se sujeitam a Cristo como Cabeça na assembléia, colocando homens para dirigi‑los e tolhendo, assim, a liberdade do Espírito? O que fazer com relação àqueles que vão estar junto conosco no céu, mas que aqui na terra se organizam em diferentes denominações que não existirão no céu?
Uma resposta já temos: devemos amá‑los e considerá‑los como irmãos, ou seja, não fazer guerra contra eles (como Roboão). E outra coisa que devemos fazer é não irmos a eles e nem nos associarmos com eles em suas denominações e organizações. "O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte‑se da iniquidade" (2 Tm 2.19). Se entendemos a gravidade que é alguém dividir os filhos de Deus por diferentes nome; se entendemos a desonra que é para o Senhor nos identificarmos com algum outro nome além do dEle; se entendermos o desprezo à Sua bendita Pessoa que é colocar algum homem dirigindo‑nos em adoração; e se entendermos o dano que tudo isso causou ao testemunho da unidade do corpo de Cristo, nos manteremos afastados das denominações, dos seus sistemas humanos e dos seus cultos.
Mas, se não entendermos que tudo isso é "iniquidade", nossos sentidos estarão embotados e já teremos sido seduzidos pelas "oportunidades" que poderão se nos apresentar no meio denominacional. "Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas." (2 Tm 4.3,4).
Faz algum tempo um pastor que conheci numa cidade próxima daqui, convidou‑me para falar em sua igreja. Com todo o cuidado para não ofendê‑lo, expliquei a ele como me reunia, e atenderia ao seu convite se fosse para falar, por exemplo, em sua própria casa. Mas, expliquei, minha consciência não me permitiria reunir em um lugar que estivesse sob a placa de uma denominação que divide os crentes. Na oportunidade dei de presente a ele alguma literatura.
A última notícia que tive dele, dada por duas pessoas diferentes, membros de sua denominação, foi que ele, no púlpito, pregou contra a literatura que ganhara, dizendo que tratava‑se de algo produzido por uma organização com o objetivo de destruir as denominações. Na ocasião ele chamou no púlpito irmãos e irmãs que receberam literatura semelhante, para que se comprometessem a trazer a ele toda literatura para ser queimada. Isso demonstrou o que há no coração daquele líder eclesiástico. Deus, em toda a Sua Palavra, exalta a Cristo como Cabeça sobre a Sua Igreja. E não deveríamos nós também exaltá‑Lo assim? Não importa quanta oposição iremos receber (e sempre haverá oposição), devemos nos firmar na Verdade, custe o que custar. "Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada" (Mt 15.13).
Deus é autor do mal?
Deus é autor do mal?
Isaías 45.7 ‑ A palavra "mal" na versão Almeida é "ra" no original hebraico, e tem o significado de tristeza, miséria, adversidade, aflição, mas nunca significa "pecado". Deus cria o mal, ou seja, Ele traz miséria, aflição ou tristeza quando assim julga necessário para cumprir os seus justos desígnios. O mal que Deus terá que trazer sobre o pecador que não crê em Cristo é um exemplo disto.
Um juiz que é justo ao condenar um transgressor trará, evidente, mal à vida do transgressor, prendendo‑o numa cadeia por um determinado tempo. A justiça inclui a aplicação de uma pena ao transgressor. Por esta razão Deus trouxe o dilúvio sobre a terra, eliminando aqueles que estavam cansados de receber um testemunho acerca do Deus verdadeiro mas teimavam em viver em iniquidade e idolatria. (leia Gênesis 6.1‑8). Ao longo de todo o Antigo Testamento você encontrará Deus julgando os homens por meio de catástrofes ou por guerras.
Romanos 9.6‑33 ‑ Aqui vemos a soberania de Deus e que Sua vontade está acima de tudo. Nem sempre seremos capazes de compreender a Sua vontade, mas podemos ter certeza de que é a melhor. Em Êx 4.19, Deus diz a Moisés: "eu SEI, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir". Aqui Deus sabia o que havia no coração de Faraó. No primeiro encontro, em Êx 5, Faraó diz "Quem é o Senhor?" e "Não conheço o Senhor", não deixando o povo ir. O coração do homem é igual, pois Moisés diz em 6.12: "Eis que os filhos de Israel me não têm ouvido; como pois me ouvirá Faraó?", ou seja, o homem é inimigo de Deus em qualquer lado que esteja. Mas Deus tinha o propósito de salvar aquele povo e condenar o Egito.
Assim é a graça de Deus. Ambos os povos eram pecadores culpados e não queriam escutar a voz do Senhor, portanto Ele podia simplesmente esquecê‑los e destiná‑los ao juízo. Mas Deus, na Sua graça, queria salvar um povo e escolheu os israelitas para serem este povo. Alguns perguntariam: "Por que Ele não salvou os dois povos?", mas eu pergunto "Por que Ele, ainda assim, salvou os israelitas, uma vez que estes eram tão indignos quanto os egípcios?" A resposta é que Ele quis salvar. Se há duas pessoas se afogando e alguém que passa na beira do rio escolhe salvar uma, não podemos dizer que ele seja culpado da morte da outra pessoa. Ele poderia muito bem não ter se arriscado e deixar que as duas morressem. Ele não tinha nada a ver com a falta de juízo daqueles que tinham escolhido nadar em águas profundas. Mas se ele, ainda assim, salva uma, deve ser reconhecido por seu feito.
Mas creio que Faraó ainda podia se converter, pois Deus estava Se revelando a Ele. (Lembre‑se do que aconteceu em Nínive, quando Jonas pregou e, ao contrário do que Jonas esperava, o rei e toda a cidade se arrependeram.) Assim, é somente no capítulo 7.3 que Deus vai endurecer o coração de Faraó, acabando assim suas chances de se converter.
Provérbios 16.4 ‑ Este é o mesmo caso de Faraó. Deus o criou, sabendo que ele seria tão ímpio quanto qualquer outro israelita. Mas Deus criou a ambos, que nasceram ímpios por causa do pecado e não de Deus, e decidiu salvar o ímpio israelita, permanecendo o ímpio Faraó na condenação e ainda servindo de instrumento para que Deus concluísse os Seus desígnios. Mas em tudo isso Deus permanece justo. João 1.3 mostra que Cristo e que sem Ele nada do que foi feito se fez, portanto isto inclui tudo. Você foi criado por Deus, por intermédio de Cristo, assim como eu. E nós, embora tenhamos sido salvos pela fé em Jesus, nascemos tão ímpios quanto Faraó ou o mais vil assassino que exista na penitenciária. Se Deus justifica o ímpio (Rm 4.5) que crê e condena o ímpio que permanece nos seus pecados, não podemos dizer que Deus é injusto em condenar o segundo ou mesmo de utilizá‑lo para cumprir Seus justos desígnios. Mas podemos louvá‑lo por salvar o primeiro, ou seja, o ímpio que crê em Jesus.
Um juiz que é justo ao condenar um transgressor trará, evidente, mal à vida do transgressor, prendendo‑o numa cadeia por um determinado tempo. A justiça inclui a aplicação de uma pena ao transgressor. Por esta razão Deus trouxe o dilúvio sobre a terra, eliminando aqueles que estavam cansados de receber um testemunho acerca do Deus verdadeiro mas teimavam em viver em iniquidade e idolatria. (leia Gênesis 6.1‑8). Ao longo de todo o Antigo Testamento você encontrará Deus julgando os homens por meio de catástrofes ou por guerras.
Romanos 9.6‑33 ‑ Aqui vemos a soberania de Deus e que Sua vontade está acima de tudo. Nem sempre seremos capazes de compreender a Sua vontade, mas podemos ter certeza de que é a melhor. Em Êx 4.19, Deus diz a Moisés: "eu SEI, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir". Aqui Deus sabia o que havia no coração de Faraó. No primeiro encontro, em Êx 5, Faraó diz "Quem é o Senhor?" e "Não conheço o Senhor", não deixando o povo ir. O coração do homem é igual, pois Moisés diz em 6.12: "Eis que os filhos de Israel me não têm ouvido; como pois me ouvirá Faraó?", ou seja, o homem é inimigo de Deus em qualquer lado que esteja. Mas Deus tinha o propósito de salvar aquele povo e condenar o Egito.
Assim é a graça de Deus. Ambos os povos eram pecadores culpados e não queriam escutar a voz do Senhor, portanto Ele podia simplesmente esquecê‑los e destiná‑los ao juízo. Mas Deus, na Sua graça, queria salvar um povo e escolheu os israelitas para serem este povo. Alguns perguntariam: "Por que Ele não salvou os dois povos?", mas eu pergunto "Por que Ele, ainda assim, salvou os israelitas, uma vez que estes eram tão indignos quanto os egípcios?" A resposta é que Ele quis salvar. Se há duas pessoas se afogando e alguém que passa na beira do rio escolhe salvar uma, não podemos dizer que ele seja culpado da morte da outra pessoa. Ele poderia muito bem não ter se arriscado e deixar que as duas morressem. Ele não tinha nada a ver com a falta de juízo daqueles que tinham escolhido nadar em águas profundas. Mas se ele, ainda assim, salva uma, deve ser reconhecido por seu feito.
Mas creio que Faraó ainda podia se converter, pois Deus estava Se revelando a Ele. (Lembre‑se do que aconteceu em Nínive, quando Jonas pregou e, ao contrário do que Jonas esperava, o rei e toda a cidade se arrependeram.) Assim, é somente no capítulo 7.3 que Deus vai endurecer o coração de Faraó, acabando assim suas chances de se converter.
Provérbios 16.4 ‑ Este é o mesmo caso de Faraó. Deus o criou, sabendo que ele seria tão ímpio quanto qualquer outro israelita. Mas Deus criou a ambos, que nasceram ímpios por causa do pecado e não de Deus, e decidiu salvar o ímpio israelita, permanecendo o ímpio Faraó na condenação e ainda servindo de instrumento para que Deus concluísse os Seus desígnios. Mas em tudo isso Deus permanece justo. João 1.3 mostra que Cristo e que sem Ele nada do que foi feito se fez, portanto isto inclui tudo. Você foi criado por Deus, por intermédio de Cristo, assim como eu. E nós, embora tenhamos sido salvos pela fé em Jesus, nascemos tão ímpios quanto Faraó ou o mais vil assassino que exista na penitenciária. Se Deus justifica o ímpio (Rm 4.5) que crê e condena o ímpio que permanece nos seus pecados, não podemos dizer que Deus é injusto em condenar o segundo ou mesmo de utilizá‑lo para cumprir Seus justos desígnios. Mas podemos louvá‑lo por salvar o primeiro, ou seja, o ímpio que crê em Jesus.
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