Depois de ler o texto "Satanás pode influenciar um crente?", no qual eu digo que o diabo pode influenciar os pensamentos de um salvo, porém não pode possui-lo ou entrar nele, você ficou em dúvidas por causa de uma passagem onde um homem é liberto de um espírito maligno só para ser depois possuído por outros piores.
Um crente não pode ser possuído por demônios, pois ele já é habitado pelo Espírito Santo de Deus, que não sai do crente e nem dá lugar para que algum demônio venha possuí-lo. O crente possui a nova vida que vem de Deus, que é imune a um ataque direto de Satanás: 1 Jo 5:18 "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca". Um crente pode ser influenciado ou enganado pelo Diabo, mas não possuído.
A passagem que gerou a dúvida em você está em em Mt 12:43, porém se prestar atenção verá que ela fala de Israel ("esta geração" no texto), cujo estado ficou pior do que estava com a rejeição de Jesus. Veja no último versículo que Jesus não está falando de uma pessoa, mas é uma parábola falando da geração de judeus incrédulos que um pouco antes afirmou que ele fazia os milagres pelo poder de Belzebu. Lembre-se de que o Senhor falou por parábolas muitas vezes.
Mat 12:41-45 "Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é mais do que Jonas. A rainha do meio-dia se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão. E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má".
Quando os judeus mergulharam na idolatria, Deus enviou um remédio na forma da invasão babilônica. Eles foram levados cativos e depois um remanescente fiel voltou à terra, curado de sua idolatria. Era como se o espírito mau tivesse saído do homem. Mas a partir daí eles se tornaram uma casa vazia, limpa e arrumada, que não quis receber o Senhor, ficando assim vulneráveis para que aquele espírito desterrado leve consigo "sete espíritos piores que ele", e o estado daquele povo ficará pior do que no início.
Quando lemos a parábola do Senhor da vinha, percebemos que aquela geração que viveu na época de Jesus sabia exatamente que estava rejeitando seu Messias e o entregando à morte. Pelo menos é o que dá a entender quando os trabalhadores da parábola dizem: Luc 20:14 "Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa". As palavras do Senhor na cruz, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" em Lucas 23:34 podem tanto se referir aos soldados romanos que executaram a pena, como também aos judeus que ignoravam as consequências de seu ato.
1 Pe 5:8-9 diz que "o diabo anda em redor buscando tragar", mas não diz que consegue mais do que matar o corpo (como o Senhor ensinou nos evangelhos). Quanto a Judas, em quem o evangelho diz que o diabo entrou, ele nunca foi salvo. Era apenas um seguidor, apenas um professo como muitos que hoje enchem as igrejas com a Bíblia debaixo do braço, porém estão ali com outros interesses, alguns muito parecidos com o interesse de Judas: dinheiro.
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